domingo, 12 de outubro de 2008

Mais uma última semana eleitoral

Uma metralhadora na mão e uma idéia na cabeça! Este deveria ser nosso lema glauberiano na falta de políticos sérios. Sem estes dois itens básicos não conseguiremos qualquer tipo de mudança. nem falo em transformação, afinal as ingênuas esperanças esbarraram na ascensão petista em 2003. Algumas gerações foram sacrificadas (mais uma vez). Temos de recomeçar agora pensando em colher frutos num futuro ainda mais distante. É trágico, mas o drama não precisa ser grande.

Perder mais essa eleição municipal para Paes ou Crivella não será o problema. Problema maior está na crônica incapacidade sinistra de pensar e agir de maneira mais coerente e condizente com um espírito universalista e menos mesquinho. A falta de preparo e de densidade nas discussões ficam claras, tanto entre os candidados como entre os eleitores. Nestes termos, democracia não passa de bolinha de sabão, feita para ser frágil e efêmera, restrita ao período eleitoral. Ou não! Talvez tenhamos alcançado a verdaderia democracia. O povo nunca esteve tão satisfeito. Pobres desdentados e analfabetos têm seus televisores, computadores, carros, celulares e até diplomas universitários (viva o Prouni e a política de cotas!); estão inseridos no mundo moderno; sentem-se felizes. Fantasticamente popular, nosso presidente, o Smile barbudo, é quase uma unanimidade, um ser absoluto, um Luís XIV da idade contemporânea. Sinceramente não sei como o PT ainda não lançou um bonequinho de pelúcia do Lula, um molusco marinho sorridente para habitar as prateleiras infantis ao lado de seus amiguinhos Shrek e Monstros S.A.

Falo, falo, mas não digo o essencial. Nestas eleições municipais votarei em Gabeira, para decepção dos meus estimados amigos de esquerda. A Frente Carioca (PV PSDB PPS) representa nominalmente muito do que criticamos durante estes últimos anos, é verdade. Mas também é verdade que não estou desesperado, angustiado para ver MEU CANDIDATO no poder. Isso acontecia quando era petista, lulista e sebastianista.

O "senhor da tanguinha" nunca foi o candidato dos meus sonhos, mas tem sido o mais coerente e consistente durante este período eleitoral. Justas ou não, as críticas feitas a Gabeira não apagam sua autonomia no Congresso, sua independência diante de enquadramentos partidários e ideológicos que agradam muito a esquerda mas que têm se mostrando um fiasco em diversas ocasiões (vide expulsão dos "radicais" do PT e rachas dentro do PSOL). É isso! O voto em Gabeira não é ideológico, se é que isso é possível. Um voto pragmático que foge ao esquema Jandira-Chico-Molon, esquema sacralizado pela esquerda, sempre afeita a olhar para os defeitos alheios mas incapaz de refletir sobre os seus.

Na falta de opção vou ao centro espírita e tento um contato com Vargas. Quem sabe ele e alguns dos seus ministros consigam dar uma elevada em nossas idéias? Não abriria mão da metralhadora, se tivesse essa opção. Enquanto não tenho, fico aqui, do lado de , tentando ocupar os espaços tomados por milícias bárbaras e igrejas irracionais.


Abraços sinceros,

Marcio Andrade

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