quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Minority Report tropical: a nova velha lei

Philip K. Dick é o cara. “Blade Runner” e “Vingador do Futuro”, além de “Minority”, são filmes baseados nas ideias do maluco. Hoje não tenho dúvidas de que ele, apesar de norte-americano, sabia muito sobre o Brasil. Em tempos de Angelina Jolie, que corta os seios por prevenção, a onda é fazer tudo antes: prender no poste e matar para que o pior não aconteça. Assim têm pensado os justiceiros meia-bomba: “Se deixarmos crescer, viram monstros”. O velho e bom “cortar o mal pela raiz”. Se assim fosse, de verdade, teríamos que pensar em outros termos: enraizados estão Sarney, nosso governador, os empresários que o cercam, os deputados da Alerj, o prefeito e a meninada zona-sul-barra que o acompanha. Mas estes são da galera! Os justiceiros malham com eles nas academias ao ar-livre da orla carioca. Nas décadas de 1970 e 1980, a classe média norte-americana adorava os filmes de Charles Bronson e de Clint Eastwood. Paul Kersey e Dirty Harry eram matadores de marca maior. Cada tirambaço na escória fazia o populacho classe-mediano yankee (e brasileño) urrar de satisfação. Mas cinema é coisa de bocó. Aqui no Brasil, tivemos um Dirty Harry de verdade: José Guilherme Godinho Ferreira, também conhecido como Sivuca, autor da célebre frase “Bandido bom é bandido morto”. Sivuca integrava o “Esquadrão Le Cocq”, associação que chegou a reunir sete mil associados e admiradores. A Scuderie era liderada pelos “doze homens de ouro”, escolhidos a dedo por Luís França, secretário de segurança que pretendia limpar a cidade. Cara de Cavalo, Mineirinho, Lúcio Flávio, Zé Pretinho, Bidá e Passo Errado foram pra vala nas mãos dos precursores da Comlurb. Depois vieram Escadinha, Meio-Quilo, Gordo, Uê, Celsinho, Cid Xerife, Caveirinha, Lino, Defeito, Elias Maluco e muitos outros deste favelão chamado Cidade Maravilhosa. Ô, pobreza criativa! Limpeza? Só se for no Centro da cidade, onde multas, guardas municipais e policiais cansados de tanta baderna black bloc dão choque de ordem e choque de verdade em professores e em quem joga o chiclete e guimbas de cigarro nas límpidas calles da urbe. Vocês fumantes são flórida, hein! Viajando, eu? O pré-crime já está estabelecido. Os vingadores estão por aí, dando azeitonadas na caroça dos outros, em frente às câmeras de Belford Roxo. Querem saber do Blade Runner? Uma passadinha no camelódromo da Uruguaiana os levará da ficção à realidade em questão de segundos. Dick é F!

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

sábado, 22 de junho de 2013

Vaca Fria

Li e gostei bastante dos textos de Luiz Eduardo Soares (http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2013/06/22/luiz-eduardo-soares-que-vem-depois-da-queda-da-tarifa-500795.asp) e José Murilo de Carvalho sobre as manifestações (http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/jose-murilo-de-carvalho-povo-brasileiro-despertou-de-letargia/). Por um motivo simples: fazem um esforço de análise sem apresentar certezas sobre o que é ou o que será o movimento. 
O óbvio se coloca (pelo menos para mim, que não tenho acompanhado tão de perto as manifestações): da pluralidade das pessoas que compõem as redes sociais dificilmente poderia surgir algo uno, homogêneo. Por mais que tenhamos vontade de enxergar na força da massa o potencial para a conquista de nossas próprias bandeiras, dificilmente teremos em um movimento como este a concretização precisa de um item X ou Y de nossas próprias plataformas políticas e sociais.
A "vaca fria", na minha avaliação, seriam as conquistas para o sistema público de transporte. Mas sinceramente não lembro de ter lido nenhuma consideração mais aprofundada a respeito. Das passagens de ônibus poderíamos discutir sobre as empresas de ônibus, sobre os critérios de concessão, sobre trens, metrô, barcas, vlts etc, mas tudo acabou sendo atropelado pela ânsia de conquistarmos, de supetão, todos outros pontos precários que certamente carecem de soluções também imediatas (saúde e educação - para as quais Dilma propõe importação de mão-de-obra, habitação, reforma agrária, questão indígena etc.)
Tenho uma única consideração sobre o texto de Luiz Eduardo, que não chega a ser divergente, mas imagino complementar. Nossa polícia é, sim, violenta, truculenta. E isso não é de hoje. Até aí, necas! Todos sabemos disso. O que muitos não costumam dizer é que somos todos, na sociedade brasileira, violentos. Tudo não passa de uma questão de oportunidade.
Ontem presenciei duas menores, provavelmente moradoras de rua e talvez usuárias de crack, entrando no 665 (Saens Pena - Pavuna). Depois de entrarem sem autorização, por trás, foram obrigadas a descer. Diante da negativa de motorista e trocador, uma das meninas deu uma cusparada no segundo. Os dois desceram e ameaçaram verbalmente a menina. Certamente acostumada com relações violentas, a adolescente não se intimidou, xingou e deu outra catarrada no trocador. O motorista, que se disse morador de favela e ameaçou a menina com a entrega dela para o líder do tráfico, foi surpreendido quando, ao voltar para o ônibus, recebeu socos e chutes da moçoila. Diante deste fato, não hesitou: partiu para cima da menina com socos e chutes. Antes que que eu gritasse para que ele simplesmente a segurasse e a entregasse à PM, um policial apareceu e interrompeu a agressão.
Dentro do ônibus, pessoas comuns, homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras, quiçá pobres também favelados, urravam e pediam mais pancadas na menina e criticavam a vaga noção sobre direitos humanos e direitos do menor.
Honestamente não creio que seja uma simples reprodução de ideologias forjadas por uma elite perversa. São humanos. Somos humanos. Repletos de contradições, virtudes e defeitos. Desconsiderar isto e idealizar determinados personagens por conta, única e exclusivamente, de sua condição social me parece um erro crasso.

sábado, 25 de agosto de 2012

Uma sociedade de direitos e de ... O gato comeu: uma provocação aos amigos grevistas (ou Viva Dilma - quem diria?) Uma resposta

Semana corrida. Mas deu tempo de voltar, afinal a luta continua, companheiros!
Antes de mais nada, agradeço aos amigos que divergiram de maneira respeitosa, inteligente e cordial. As ironias virão à tona, mas sempre com muita estima por aqueles que compõem lista tão seleta (tá, tá, tá).
Alvos... Inicialmente falaram em equívoco de uma  análise (minha) dicotômica. Uai, para criticar o governo tenho que eximir outros personagens que fazem parte do mesmo filme?
O amigo Jesus disse: quem não tiver pecado, atire a primeira pedra. Ninguém deu um "ai". Saíram pianinho daquele deserto e foram ler papiros e comer quibes. Madalena saiu saltitante e sensual. 
Quem, dos servidores presentes na lista, fez concurso público pensando, antes de qualquer coisa, no bem público? Quem não pensou imediatamente nos bons salários e na possibilidade de estabilidade? Justo. Justíssimo. Mas e os deveres que o gato comeu?
Amigos, a luta por melhores salários é mais do que legítima e deve ser garantida na Constituição. Para servidores e para toda imensa maioria que trabalha na iniciativa privada. Não à toa a palavra trabalho, entre nós, vem do tripalium, instrumento de tortura. Se é para ser torturado, que seja por um bom, um ótimo salário (que não é mais sal, graças a D'us). 
Uma diferença é que a greve dos servidores não atinge somente ou principalmente a produção. Ela atinge, em cheio, considerável parte da população que usa e depende de seus serviços. Operário faz greve, estropia o patrão. Ha, ha, ha!  Bem feito para o capital (é o que pensam grevistas e servidores, potenciais socialistas nominais). Funcionário público faz greve, deixa alunos sem aula, pacientes sem atendimento e sem medicamento. É justo paciente com câncer sem tratamento adequado porque a Anvisa está em greve? É justo a Polícia Federal colocar faixa dizendo que a passagem está livre para traficantes, pois eles não farão o trabalho porque desejam melhorias salarias? Um agente, salvo engano, entra ganhando R$7.000,00!
A culpa é do governo? É. Também. Mas as consequências de uma greve são distintas no público e no privado (este é meu ponto). Concordo  com a necessidade de regulamentação da greve entre servidores. Em hipótese alguma ela deve prejudicar a população, o contribuinte que tem o direito de usufruir bens públicos, que não pertence a corporações ou  categorias X, Y ou Z. A greve atual é uma greve corporativa também. Contudo, por mais justa que seja, não diz respeito apenas às distintas categorias. Diz respeito a mim e a todos os cidadãos que têm direitos sobre o público.
Se a greve em questão também defende Raimundo, citado tantas vezes, Raimundo tem direito de se manifestar e dizer, inclusive, que é contra a greve, pois está sendo diretamente atingido por ela. Ignorância ou manipulação midiática? Talvez sim. Talvez não. Talvez Raimundo tenha sentido na pele com a precariedade de serviços públicos, carentes de investimentos e de cuidado, zelo. Cuidado e zelo que deve ser cobrado de Dilma, Cabral, Paes e... dos SERVIDORES!
Quando era estudante do CPII, fui ameaçado de expulsão por ter escrito, no boletim, que na secretaria só havia funcionário preguiçoso. Babando e com o dedo em riste, o diretor me disse que aquela acusação era gravíssima. E era mesmo: gravíssima e verdadeira. Eu permaneci na escola, assim como a preguiça dos funcionários que ali estavam. 
Na faculdade, uma funcionária da secretaria se negou a carimbar minha carteira de estudante porque estava destacando sua imensa cartela de vales-transporte. Ali, naquele momento, eu era um usuário incômodo. 
Quantos são vistos assim pelos servidores nada comprometidos com a coisa pública? Todos os funcionários são assim? Certamente não. Por isso, afirmo: façam mais, amigos servidores. Façam mais e terão mais, pois aí, sim, haverá respaldo efetivamente popular. 
Se é para fazer greve, que seja criativa e menos lesiva para quem não pode ser punido. Aulas públicas quinzenais, exibição de filmes, montagem de exposições, postagem de aulas-protesto na internet, caminhadas ecológicas e culturais, passeios ciclísticos... Na Cinelândia, vi fiscais federais de agropecuária distribuindo feijão, frutas e leite (peguei uma caixa da marca Macacu). Ótimo. Enfático e criativo. Chamaram a atenção e defenderam a causa de maneira inteligente. 
Por que a PF não prende mais para provar que é eficiente? Por que os professores não dão aulas ainda melhores para provarem que são essenciais? Por que o pessoal do Observatório Nacional não... Ih, dá pra descobrir uma nova estrela ou algo assim? Ou tudo já vem no Google Earth?
Aguardo a saraivada de críticas. 
Ótimo sábado para ustesdes. Vamos endurecer sin perder la ternura jamás!
Abrazos
Marcio Faioderma

sábado, 18 de agosto de 2012

Uma sociedade de direitos e de ... O gato comeu: uma provocação aos amigos grevistas (ou Viva Dilma - quem diria?)


Não sou muito fã de citações, mas lançarei mão de quatro, bem rapidinhas.


“Art. 9 É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1 A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2 Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.”
Constituição Federal Brasileira de 1988

“Só eu não posso fazer greve. Tô duro, sem dinheiro no bolso.”
Raimundo, mulato, paraibano, ascensorista do Edifício Anglia, no Centro do Rio. Frase proferida depois de ver grevistas se confraternizando no bar Amarelinho da Cinelândia, após passeata.


“Assim, todos os membros do Instituto (Oswaldo Cruz) encontram-se no almoço. Eles não comem apressadamente como se come a merenda no Japão. Comem devagar, conversando e saboreando o prato. E levam cerca de meia hora para tomar café, que vem depois do almoço. Esse hábito pareceu-me muito bom para cultivar amizade e manter a harmonia no sanatório. (...) Os visitantes deste navio ficarão deveras surpresos ao ver os cientistas japoneses comerem merenda na marmita de alumínio em apenas 5 minutos”.
Médico japonês Fumio Hayashi, quando visitou instituições de saúde brasileiras, em 1934.


“Essa é a beleza da argumentação. Se argumentar bem, nunca estará errado”.
Nick Naylor (Aaron Eckhart), personagem do filme Obrigado Por Fumar.


Começo de trás pra frente.
Os argumentos são ou parecem ótimos. Ainda mais quando feitos por grupos intelectualmente preparados para argumentações sofisticadas e corporativistas, democráticas e progressistas.
Quem de nós não deseja serviços públicos de qualidade? Quem de nós não deseja bons salários e vida confortável? E que tal um país mais justo e próspero?
Em tese, todos desejamos. Mas o que tem sido feito para conquistarmos tudo isso? Greve e palavras de ordem?
Na década de 1930, Fumio Hayashi registrou interessante hábito de médicos e cientistas que compunham a elite do serviço público nacional: horas e horas de conversas no almoço e nos corredores eram ótimas para a amizade, mas péssimas ao bom andamento da coisa pública. 
Uma vida não estressante, calma, com bom aproveitamento das relações pessoais e familiares é o que todos merecem. Todos, inclusive Raimundo, mulato, paraibano. Mas Raimundo e tantos outros não podem, infelizmente, injustamente. Ele e uma boa parcela da população acordam às 4h para pegar ônibus e trem e para abrir bares, padarias e restaurantes que servirão almoço, pãozinho e cafezinho a muitos. Inclusive aos funcionários públicos que lutam tão aguerridamente por melhores salários. Pergunto: e a filha e esposa de Raimundo, poderão fazer uso adequado do SUS, dos hospitais e escolas que se encontram paralisados? Não venham dizer que os plantões de grevistas dão conta do recado. Se em condições normais as reclamações sobre a falta de pessoal pululam, imaginem em períodos de greve.
Corretos ou não, os grevistas devem estar cientes de que alguém pagará a conta mais cara. Dificilmente será o próprio servidor, que, na pior das hipóteses, ficará mais apertado para custear as viagens fora de época e os biricoticos no Amarelinho, Bar do Adão e Belmonte.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Gente e sentimentos flutuantes ou Ode a um jeito afrolusotupiniquim de ser


“O Brasil é lindo, Krishna é lindo”, diria Caetano se anteontem estivesse no Antônio Carlos Jobim.
Tudo começou discretamente: de um lado, uma moça tatuada ostentava a imagem de Krishna; de outro, duas meninas, coloridamente trajadas, entraram tocando instrumentos. Em pouco tempo, o pátio estava tomado por jovens e sandálias, cabeças raspadas e rabichos de cavalo que dançavam alegres, em círculo, e contagiavam a atmosfera do lugar.
Mas a beleza da cena não estava na manifestação em si. Estava no entorno, na quase tolerância dos que assistiam a tudo. Assim que a música tomou o ambiente, um baixinho gingou o corpo como se estivesse entrando numa roda de capoeira. Sorridente, uma recepcionista jeitosa requebrou o quadril e postou as mãos como se fosse iniciar a dança do ventre. Meninas recém-chegadas ao Rio saltitaram em fila, simulando uma quadrilha junina.
Para o bem ou para o mal, nossa capacidade de reinterpretar símbolos e rigores alheios nos faz diferentes. E belos. Nossa ignorante falta de rigor traz problemas vários, é certo. Mas também nos deixa à vontade para assimilar e conviver com o que parece bom. Algo muito próximo do que disse Gilberto Freyre sobre os portugueses: “o bambo equilíbrio de antagonismos reflete-se em tudo que é seu; dando-lhe ao comportamento uma fácil e frouxa flexibilidade.”
Outro dia, na antiga Brizolândia, uma jovem fotografou entusiasticamente a imagem feminina que compõe o monumento a Floriano Peixoto – homenagem dos positivistas ao “Marechal de Ferro”. Perguntada sobre o simbolismo da mulher, a menina disparou:  “É Iemanjá, não é?”. Quase isso, pensei eu. A imagem representa a “raça mista”, surgida da fusão das três etnias, e o predomínio do sentimento e do amor.  
No Arpoador ou na Quinta da Boa Vista, a convivência pacífica entre os suburbanos “zona-nortistas” e “baixadistas” e os pretensiosos vanguardistas da zona sul nos dá uma ponta de esperança: guetos, multiculturalismo, recortes de gênero, de raça e de opção sexual são alienismos extratropicais. Nossas insanidades são outras. O interessante é que no fim prevaleça a vontade de se misturar, “sifilizar”, fundir. Somos mais. Somos melhores. Só precisamos de um tantinho de seriedade e concentração.  

sábado, 23 de abril de 2011

Na dúvida a culpa é do europeu valentão e do índio bolinado

Em homenagem aos índios não-celebrados no último dia 19, eu os acuso por provocarem as badernas contemporâneas. Graças a eles uma cambada de antropólogos com dor na consciência eurocêntrica passou a defender a bolha para aqueles que consideraram vítimas.


- Vivam em paz em suas bolhas amazônicas, disseram aos índios os cristãos arrependidos do cristianismo.


Universalismo, no Brasil, é coisa de caudilho iluminista stalinizado. E continuaram os estudiosos:


- Vocês não estão nem lá nem cá. São semicidadãos, meus curumins. Mas também são inimputáveis. Percebem as vantagens?


O modelo da inimputabilidade chegou sofisticado aos dias de hoje. Continuamos semicidadãos, mas com uma gama maior de inimputáveis. Uma profusão de bolhas divididas por gênero, cor, faixa etária, classe social e opção sexual rolam infladas nos discursos fáceis dos especialistas em apartheid. Proteger é isolar, blindar contra as contradições do mundo.

Bullying é a palavra da hora. Professor não seja um bully nem boline seus alunos (até porque essa é uma prerrogativa de alguns membros da Igreja Católica). Ops, desculpem essa “bolha” fora! Não quero ser acusado por intolerância religiosa.

Não fale alto, não dite regras, não faça piada, não reprove, não compare, não emita juízo de valor, não seja humano. Triste consequencia do “é proibido proibir”. O indivíduo-modelo coevo deve ser inodoro e insípido (incolor, não, afinal a cor é critério para segregação positiva e negativa).

Viver tem sido muito chato. Essa também deve ter sido a constatação do bolinado de Realengo. Ter limites é muito chato. Essa foi a constatação do estudante que cravou uma faca no peito do professor mineiro que o reprovou. Na zona oeste carioca e em BH uma convergência: criamos gerações de açúcar, esbagaçáveis ao mais singelo contato com o ar e a água. E neste caldo melado somos todos arrastados para o ralo da idiotização.